4 de abril de 2010

"Let's go to the Punk-Rock show!"

Deixem-me dizê-lo: sabe tão bem fazer barulho!
Nunca fui grande fã de Punk-Rock. Nunca ouvi assim grandes bandas de Punk e admito não possuir grande bagagem cultural relativamente ao estilo em si, propriamente dito. Mas é nesta altura em que me pergunto: "E é preciso?"
Vai para pouco mais de um mês que me juntei a uma banda. Lá encontrei, tal como já esperava, quatro putos, uns anos mais novos do que eu, totalmente desmiolados, desregrados e desorganizados. Pensei que tal projecto acabaria por sair furado. Pensei que não havia bases para chegarmos a um qualquer lado. Pensei mesmo que não tínhamos o que era preciso para algum dia virmos a fazer música, música a sério. A verdade é que ainda não temos, mas já não penso dessa mesma forma.
A verdade é que encontrei nesses quatro putos um bocado da estúpida rebeldia que às vezes nos faz tanta falta durante a juventude, durante a belíssima da puberdade, como os "crescidos" tanto lhe gostam de chamar. Concluí que nunca fui rebelde, que não o sou, que nunca o hei-de ser, mas que é possível ter os meus momentos de contra-ordenarão permanecendo fiel a mim mesmo e dando espaço a um outro irreverente Tiago para pisar este Mundo e explicitar, da forma mais sarcástica possível, a irrelevância que o próprio Mundo tem tantas vezes neste nosso dia-a-dia, nesta nossa vida. E porra, como a música tem essa capacidade de me fazer sentir livre, de me fazer voar sem querer saber de destinos ou sítios por onde parar ou por onde aterrar. A música é uma daquelas poucas coisas tão irreais e simultaneamente verdadeiras que temos o prazer de conhecer ao longo destas nossas curtas existências terrestres. Há que saber beber e degustar cada um dos seus sons, cada uma das suas notas, cada uma das suas pequenas, mas importantes letras, cada um dos seus ritmados versos, cada uma das suas inteligentes rimas e cada uma das suas estruturadas estrofes, uma por uma e todos ao mesmo tempo. É o verdadeiro exponente da loucura e do brilhantismo! E é, também, a verdadeira prova de que são ambos conceitos relacionáveis e em tudo importantes e inerentes à vida humana.
Dia 1 de Abril foi uma pequena prova dessa mesma realidade que vos tento aqui hoje impingir. Os "Bullet in the System" subiram a um reduzido, mas acolhedor palco, encheram-se de coragem, ainda que completamente borrados, e tocaram, apesar dos vários erros, com todo aquela rebeldia, com toda aquela força que a música dispensa explicação. O "Rock in Chiado" ouviu apenas seis músicas, nenhuma delas nossa, tudo covers, mas eu e estes meus quatro "putos" desmiolados ouvimos uma hipótese de futuro. Não um futuro de fama, sexo, drogas ou Rock & Roll, mas um futuro, por si só, ligado a uns quantos acordes, a uns quantos desafinanços e a uma futura união e amizade que o tempo guardará, dê lá por onde der.

Obrigado, Chiado. Tenham uma boa noite.

1 comentário:

Helenita disse...

Tudo vale a pena quando há música!

"Music is all around us, all you have to do is listen"

:)